Talvez você esteja nesse momento olhando para o lado, vendo seu cônjuge e pensando: É sempre assim! Eu tenho que fazer tudo e ele nada”, ou ainda, se ele tivesse que fazer tudo que eu faço não daria conta.
Não se sinta único! É muito comum sermos tomados por tais pensamentos, porém, não nos damos conta de que na verdade estamos iniciando internamente uma batalha de queda de braço com nossos esposos e esposas, e nela, não sairemos vencedores. Quando expressada em gestos externos, como aquele olhar de reprovação, uma bufada ou até mesmo, o bater as portas de casa, estas atitudes podem representar uma sensação de vitória. O que na realidade é impossível e explico o porquê.
A MAGOA NUNCA VENCE?
De fato, em um campeonato de queda de braço os dois concorrentes são adversários, pertencem a uma mesma categoria de forças e vivenciam um treinamento intenso para que possam durante o momento da competição alcançar a vitória. Ambos são atletas e vencendo o seu oponente na prova, voltam para suas casas sem se preocupar com as consequências da derrota para o outro.
Mas isso não se aplica entre marido e mulher. Para os esposos, sabendo que cada um vem de uma história de vida diferente e de dores e superações específicas, jamais será possível colocar os dois em pé de igualdade neste enfrentamento. Outro detalhe a ser observado, é que homem e mulher sentem e se expressam de de formas diferentes quando o assunto é sentimento. Isso porque possuem níveis hormonais diferentes, podem ter temperamentos diferentes e podem até expressar a sua forma de dizer ao outro que o ama, de forma completamente diferente.
Por fim, em uma relação entre esposos, não é possível ficar alheio as frustrações do outro, pois, ele continua ali diante de nós depois da bufada, da porta batida ou do pensamento crítico que temos sobre ele.
Sendo assim, não é possível ter um vitorioso nessa queda de braço das comparações, porque as feridas geradas a partir de uma disputa só podem ser curadas entre os esposos. O melhor nesse momento é iniciar um novo caminho, onde os dois possam sair vencedores.
QUAIS OS PRIMEIROS PASSOS PARA A MUTUA VITÓRIA?
O primeiro passo que precisa ser dado para responder essa pergunta é: Reconhecer que no seu casamento, o seu amado ou sua amada não é um adversário. Ele não quer te aniquilar, não faz nada de propósito porque se realiza em te magoar.
O segundo ponto é perceber que esse pensamento é um sinal claro de que você precisa falar. Quanto mais fechados ficamos, mais vamos treinando o nosso cérebro de que não é possível resolver nossos descontentamentos através da fala, mas vamos acostumando nosso psicológico de que algumas dores precisam ser sofridas por nós sozinhos e vamos criando a imagem de que o outro é um monstro desprovido da capacidade de dialogar.
Na maioria das vezes, depois que o monstro se formou dentro de nós, ele se materializa no rosto da pessoa mais próxima, nosso marido ou nossa mulher.
Por fim, o terceiro passo é iniciar uma mudança de postura. É fundamental para que a batalha seja transformada em uma caminhada lado a lado, seguindo numa mesma direção, que os cônjuges façam novos alinhamentos e combinações a partir da franca conversa e de novas atitudes. É também necessário, transformar o bufar em um cheiro no cangote, transformar o bater portas em fechar a porta do quarto para ter uma linda noite de amor, ou ainda, transformar a crítica no elogio que o outro precisa para saber que você o valoriza e, é claro, usar a boca para dar aquele beijo fora de hora.
Assim, conseguiremos matar o “dragão e despertar a princesa adormecida”.
Vinicius Elias
Movimento de Casais Jovens de Porto Alegre
Cantor Compositor Católico
Criador da Série Divino Cotidiano
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