Vamos direto ao assunto!
1 – Que ela está gorda!
É natural na mulher a necessidade de sentir-se um ser atraente, especialmente, para seu marido. Enquanto o homem tem necessidade de ser reconhecido como um alguém capaz de ser o dono da casa, de ser forte, seguro e, nesse terreno, ele não suporta ser diminuído em sua posição, a necessidade e expectativa da mulher é bem outra. E mais, isto independe de sua forma física. Portanto, sentir-se atraente, é fundamental.
A mulher, conhecedora de que o homem é muito despertado pela aparência, e pelo fato de ter uma habilidade para conectar experiências bem a seu modo, na sua cabeça, quando seu marido diz que ela está gorda, mesmo que exista a melhor das intenções, cuidado com sua saúde, ou mesmo se o marido estiver super bem intencionado e, dizendo assim, desejar demonstrar sinceridade e cuidado com seu bem estar; ou mesmo que seja o tipo de marido que gosta de cultivar um relacionamento aberto e confiante onde tudo é dito, ela ouve dizer que existem outras mulheres mais bonitas, que ela, além de gorda, está feia e está perdendo o seu lugar para uma outra, e que seu marido não sente mais atração por ela. Resumindo: não é mais uma mulher atraente e existem outras em seu lugar!
Mas se, de fato, a mulher casada estiver gorda, como poderá se colocar seu marido, uma vez que se chegue à conclusão de que é preciso, realmente, fazer alguma coisa? Vou indicar dois modos bem simples e práticos.
Em primeiro lugar dê o bom exemplo no quesito estar em dia com a saúde de um modo geral. Atividades físicas, acompanhamento médico necessário e uma alimentação saudável incorporados na vida de alguém, por um tempo significativo, são uma maravilhosa oportunidade para que se introduzam hábitos e conversas sobre este tema, sem que se precise afirmar isso ou aquilo.
Também será fundamental, acompanhar a mulher ao médico quando for necessário, e, mais ainda, em seus check ups anuais. Desta forma , o marido, além de dizer concretamente que está a seu lado, será testemunha de sua condição física em todos os aspectos. Sem entrar nesse mérito, é triste demais conhecer tantos homens que vêem com desdém a possibilidade de acompanhar suas mulheres ao médico. Dizem que isto não é coisa de homem!
Deste tema, vamos tratar em outras oportunidades!
E lembre-se: se quiser piorar um pouco mais o panorama? Elogie a mulher de algum amigo na frente de sua mulher dizendo, com todas as palavras: “ela está bem magra!”
2 – Que ela está ficando igual à mãe dela!
Comparações entre pessoas é coisa perigosa, basta a gente se lembrar que quando, de alguma forma, fomos ou ainda somos comparados com irmãos, pessoas melhores sucedidas do que nós, como se existisse gente que deu certo e outras não, sofremos muito!
Depois, também sentimos na pele e na alma a experiência – ou falta dela – de ter valor para alguém. Sentir que alguém, importante pra mim, me concede um valor, me estima como sou, independentemente das coisas acertadas que fui capaz de fazer uma coisa sensacional.
Cada um de nós tem esta sede de existir para alguém, não é mesmo?
É fato que as mulheres possuem, mais ou menos, uma história de amor com suas mães e, sobre isso, nós estamos de acordo. Entretanto, são histórias afetivas com aquelas características próprias que ressaltam os mistérios de cada pessoa quando o assunto é o amor que a gente recebe e nossa capacidade – bem ou mal desenvolvida – de oferecer amor gratuito.
Psicologicamente pensando, quando eu comparo o modo de ser de alguém com o de outro alguém tão importante quanto sua mãe, eu estou vinculando inexoravelmente a pessoa comparada a uma espécie de incapacidade de ser simplesmente quem ela é.
“Você não tem jeito, puxou à sua mãe, vai ficar igual a ela”; é como se disséssemos assim.
Quando um marido diz que sua mulher está ficando parecida com a mãe dela, a esposa escuta que ele está dizendo que ela está num tipo de condenação comportamental, que ela não é mais atraente, está ficando velha e por aí vai, pois, ao final das contas, mulher nenhuma, comparada com sua mãe, se sentirá segura e apreciada. Resultado? Descontentamento geral!
Entenda que toda mulher, do seu modo, ama sua mãe, mas nunca desejou se comportar como ela, por uma simples razão: ela não é a mãe dela e precisa ser valorizada como única.
Depois, sejamos sinceros, pois quando um marido se expressa assim, não está fazendo um dos melhores elogios, mas uma comparação duvidosa, num terreno perigoso e, em alguma instância, depreciativo. Por quê? No mínimo porque a mãe dela é mais velha, entende?
No mais, a experiência indica que, nunca, absolutamente nunca, mulher alguma aprecia ser comparada com outra, sob qualquer circunstância no universo. O que fazer? Esqueça as comparações, mesmo que seja com a Virgem Maria.
3 – Que ela não é capaz!
Quando eu digo para alguém: – “você não é capaz!”, eu estou literalmente tocando em suas capacidades; estou dizendo que ela não tem as capacidades necessárias para realizar aquela determinada tarefa a qual se refere. É claro que, se eu coloco em causa as capacidades de alguém, eu estou, implicitamente dizendo que sou melhor, ou que, no mínimo tenho mais capacidade do que ela, ou que eu estou num patamar que me coloca apto para julgar suas capacidades, o que é uma posição muito delicada.
Aqui, o grande risco é inferiorizar a mulher. Não se trata apenas, por conta de ser uma mulher, mas, o fato é que pessoa humana nenhuma gosta de ser inferiorizada e, mais ainda, é uma coisa básica, o fato de a gente entender que cada pessoa tem as habilidades próprias para realizar aqueles atos que estão na sua linha de ação.
Profundamente, quando eu digo que alguém não é capaz, não estou somente desqualificando suas capacidades, mas assim, eu desqualifico a pessoa mesma.
Sem entrar nos méritos e questões relativas à qualificação do homem e da mulher para o mundo do trabalho e, uma vez que já entendemos um pouco melhor sobre o fato de que, uma coisa é aquilo que o marido diz, outra é aquilo que a mulher escuta; todas as vezes que um marido diz a sua mulher:- “você não é capaz!”, sem sombra de dúvida, está inferiorizando, colocando sua mulher num patamar menor do que o seu e, pior ainda, está dizendo que quem é capaz é ele. A percepção feminina não suporta este tipo de experiência; não porque é mais frágil, mas pelo fato de ser absolutamente na contramão da lógica do crescimento humano e da maturação do amor.