1 – Conversar sobre o assunto.
Se isso não acontecia na época em que o namoro ficou mais sério, ou durante o noivado, é preciso encontrar um modo de começar a conversar sobre o dinheiro.
Na maioria das vezes, um casal conversa sobre um pouco de tudo aquilo que envolve suas vidas, mesmo que não aprofunde tema algum. Entretanto, conversas sobre a vida financeira, o modo como eu gostaria de investir nosso dinheiro, a maneira como eu queria fazer alguma economia, os sonhos que eu gostaria de realizar, são assuntos importantíssimos e que, infelizmente, ficam guardados e, ao longo do tempo, são como uma granada sem pino escondida sob o solo da vida familiar. Aqui, nós não temos muito para onde correr. É preciso conversar sobre o modo como decidimos gastar o nosso dinheiro e, quem tiver mais habilidade na fala, deve quebrar este gelo.
2 – Construir um orçamento básico.
Orçamento básico é aquele que contempla as coisas mais simples da vida de uma pessoa ou de um casal. Créditos e suas datas de entrada, gastos como água, luz, feira, estudos, planos de saúde e empréstimos e alguma reserva, são itens de um orçamento necessário, quase lógico. Entretanto, é preciso realizá-lo; isto é, alguém precisa sentar diante do pc, tomar o bloco de notas do smartphone ou a velha caderneta e escrever, tomar nota, rever e avaliar o andamento da carruagem, somadas às surprêsas pelas quais toma família passa.
É incrível imaginar que tem gente que pensa que é possível amadurecer financeiramente sem gastar um tempo para confeccionar este orçamento básico.
A grande sacada, é que deve ser feito a dois pois, nesta hora, fica mais fácil que cada um se coloque sobre o modo como pensam sobre este administrar as contas de casa.
O casal, quando não tem um orçamento claro e básico, sinaliza que outras coisas, também fundamentais, não estão claras entre eles, como por exemplo, o nível de confiança e abertura que possuem um no outro.
3 – Compartilhar com clareza gostos e gastos.
É muito normal que tenhamos gostos diferentes e que sonhemos em, quem sabe um dia, obtermos algo que simplesmente se trata de um sonho que a gente queria MUITO realizar, como fazer um passeio de gôndola em Veneza na Itália. Não tem nada de errado nisso, não é mesmo?
Coisa complicada é imaginar que uma mulher esteja guardando dinheiro escondido para realizar um sonho que pode vir a comprometer o orçamento básico e seu marido não tem o conhecimento disso.
Então vamos simplificar: existem sonhos e sonhos! Existem aqueles que cabem dentro da realidade de um casal e existem os sonhos que estão fora de cogitação, a não ser que aconteça algo extraordinário ( e que pode acontecer). Vamos começar pelo factíveis e, um dia, a gente chega em Veneza.
Esta dica é para encorajar os cônjuges a, com simplicidade e coragem, revelarem possíveis gastos e gostos que, ou possuiriam a força de destruir um orçamento ou simplesmente, poderia se tratar de algo que, uma vez revelado, poderia acontecer e gerar uma nova e feliz experiência para ambos.
A prática, vai orientar que é preciso sentar e conversar sobre isso.
4 – Tomar decisões juntos.
Nestes dias, Eliana e eu conversamos sobre o modo como vamos cuidar de um investimento que realizamos à cada seis meses e que é de muita importância para nós, sob os mais variados aspectos. Até a gente parar, conversar e decidir, estávamos suspensos numa espécie de limbo do “peraí”. Quando nos dispusemos a dizer o que pensávamos, ficou mais claro decidir, e engatamos uma nova marcha em outros tópicos também muito importantes.
O risco é acharmos que decisões assim, pelo bem do casamento, podem ser tomadas a sós, com o pretexto de aliviar tensões, diminuir preocupações ou coisa parecida. Exatamente bem ao contrário, é nestes momentos que o casal experimenta que pode também decidirem juntos sobre as coisas mais simples da vida como o modo de gastar na feira, com as roupas, frutas, viagens, lazer, etc…
5 – Nunca esconder dívidas.
Sempre aconselhamos que casais de noivos sejam muito precavidos sobre este assunto. Conhecemos histórias tristes de casais que foram submetidos a muito sofrimento por conta de dívidas do passado e do presente, nunca compartilhadas com o cônjuge.
O que está em jogo aqui é a confiança, vertente mais importante de toda essa nossa conversa.
Será que confio em quem me casei? É incrível mas, por mais louco que pareça, quem esconde dívidas, esconde também o coração e é aí onde se instaura a dor e a ferida da desconfiança. Isto é, eu não desconfio do que você fez… Desconfio de quem você é!
6 – Dividir despesas.
Isto é muito simples, mas é fundamental. Dividindo despesas como, na maioria das vezes, são realidades que mudam de um mês para o outro, o casal tem maior oportunidade para conversar e se ajustar quanto ao quesito finanças e, oportunamente, se cria mais ocasiões para dialogar. Daí pra frente, vai-se trabalhando e crescendo na confiança.
Eliana e eu, desde de que nos casamos, combinamos que as despesas fixas como, por exemplo, telefone, água, luz, internet ficam comigo; despesas variáveis como, por exemplo, feira de frutas e verduras, supermercado, material de limpeza, ficam com ela. Também nós acordamos que é possível, dentro de cada realidade, economizar para surpreender o outro, o que é muito legal. Um presente, uma necessidade realizada de modo surpreendente faz surgir ambientes deliciosos.
Notadamente, não é difícil imaginar que um casal que não se organiza nesta base, sofrerá muito pois, os preços mudam, as emergências surgem e, se os gastos não são conhecidos, divididos e acordados, serão uma nascente de questões de difícil resolução.
Nesta dica está a oportunidade para você declarar se tem dificuldades em controlar o dinheiro. Mais uma vez, parece coisa simples mas não é. Ter medo ou vergonha de confessar este tipo de limitação é coisa muito perigosa pois, mais cedo ou tarde, a vida e seus apertos tratarão de revelar este limite com dores evitáveis.
7 – Buscar ajuda profissional.
Acompanhando casais no retiro online Aprendendo a Amar, e nas pesquisas que realizamos, verificamos que uma ajuda profissional, em muitos casos, é imprescindível. Os casais que se inscrevem no retiro, recebem de presente, entre outras coisas, um curso de finanças pensando exatamente nessa carência.
A consulta a um especialista, fazer um curso específico para esta realidade tem se mostrado uma boa ferramenta para ajudar, no mínimo, a conhecer aspectos básicos de uma vida financeira equilibrada e, além disso, pode oferecer crescimento e felicidade para o casal e para a família.
O mais importante é que, também a este respeito, seja algo pensado a dois.
Se você prestou atenção, um dos aspectos mais importantes que surgem nas entrelinhas dessas dicas é a necessidade contínua de conversar, confabular, pautar, mapear seguidamente com seu cônjuge num ajuste permanente.