Como assim?
O título pode parecer um pouco contraditório, pois sabemos que as estatísticas e também as realidades que presenciamos a nossa volta, nos mostram algo bem diferente em relação número crescente de casais que, de fato, se separam. O IBGE, citado numa matéria da revista Veja em matéria de dezembro de 2017, afirma que “quarenta anos após a instituição da lei do Divórcio no Brasil, um a cada três casamentos termina em separação no país.”
Na realidade, quero despertar em você uma reflexão que indica que, efetivamente, o casal vai se separando ao longo do tempo, e aqui está onde quero chegar em minha consideração.
A separação não se trata, na esmagadora maioria das vezes, de um fato pontual ou algo súbito, mas é consequência de um desgaste que se dá ao longo do tempo.
A separação é, desta maneira, a terrível conseqüência de uma separação que foi sendo “construída” no dia a dia.
É sobre isso que quero refletir com você.
Quando iniciamos uma relação, damos o nosso melhor ao outro, a nossa melhor roupa, o nosso melhor tempo, a nossa melhor maquiagem, a nossa melhor risada, o nosso melhor beijo, o nosso melhor ouvir, as nossas melhores palavras e nossos melhores sonhos. Mas, com o decorrer do tempo, perdemos este desejo e determinação de entregar o melhor ao outro, e invertemos o polo da relação querendo apenas o melhor do outro, sem continuar sendo e dando o nosso melhor. Neste ponto, cada um começa a olhar para si mesmo, e a responsabilidade por manter aquela chama acesa – que dá trabalho -, começa a pesar e se instala um processo de separação.
Mas o que fazer?
É preciso, então, crescer na compreensão sobre o que é o amor!
Amar é uma decisão que está bem além dos sentimentos e vou lhe explicar o porquê!
Para definir melhor vou usar a imagem de uma casa que, por falta de manutenção, torna-se um baita problema. Por causa disso, madeira do tampão da mesa vai descolando, a tinta vai perdendo a cor, a torneira está pingando e assim por diante.
Portanto, num casamento, é através de um trabalho de manutenção na vida conjugal que conseguiremos retomar aquilo que um dia nos fez dar este passo de nos unirmos em Matrimônio.
Cris e eu enxergamos a nossa vida conjugal como uma oficina onde a gente está, diariamente, pegando a nossa “caixa de ferramentas” para não deixar que a nossa relação chegue a um ponto que não tenha mais tempo ou jeito de consertar o que precisa ser consertado. Não nos conformamos em achar que temos que nos acostumar com uma relação medíocre, dizendo que é assim mesmo, e se quisermos nos manter casados temos que aceitar esta mediocridade e ponto final.
Não, não é assim que decidimos viver!
Dentro desta caixa de ferramentas estão algumas que consideramos fundamentais, assim como o alicerce é o fundamento de uma casa: a oração conjugal, a escuta diária da palavra de Deus, a busca dos sacramentos, o diálogo mensal para rever o rumo da nossa relação, o retiro anual conjugal e o vínculo a uma comunidade paroquial.
Estejamos determinados a trabalhar nessa manutenção, pois é possível identificar aquilo que precisa ser reparado antes que o estrago seja irreparável!
Betão
Equipes de Nossa Senhora (SP)