Tem gente que diz que brigar é normal, mas você não está de acordo. Existem, dentro de você, princípios cristãos, baseados no evangelho, que são absolutamente contrários a esta afirmação, não é mesmo?
Tem gente que diz que as brigas “temperam” o dia a dia do casal, mas você já percebe as cicatrizes que palavras impensadas e gestos grosseiros deixaram em você, não é verdade?
Tem também gente que diz que casal que não briga não se expõe e vive “pondo debaixo do tapete” as dificuldades e, na verdade, simulam que tudo vai bem… Mas você já experimentou o quão benéfico é conversar, ouvir, chorar juntos e, mesmo doendo, crescer.
O fato é que você não aguenta mais as brigas. Você sabe, por experiência, o malefício que elas produzem no dia a dia de um casal mas, em contrapartida, não tem a mínima idéia do que fazer quando as brigas retornam.
As respostas que se seguem são para você!
Em conversa com Cristina Negrão Faria, psicopedagoga e especialista em Comunicação Empática, identificamos três posicionamentos que esclarecem um modo prático e sincero de, naquele exato momento quando a briga parece ser inevitável, poder escolher um outro modo de colocar-se.
Vamos lá?
1 – “ Você não é meu inimigo.”
É muito importante que isto seja declarado entre marido e mulher. As tensões e pressões do dia a dia, nos levam a nos identificarmos tanto com os problemas que, quase sempre, nos confundimos com eles, queremos encontrar uma forma de nos defendermos e, ACHAR UM INIMIGO PARA COMBATER, é uma tarefa fácil se não deixamos claro quem somos um para o outro.
Possivelmente, será bom e necessário dizer isso muitas vezes, como um remédio que a gente pode passar na mente e no coração.
2 – “ Temos um problema! Não somos um problema!”
Como citamos anteriormente, a prática arriscadíssima de nos identificarmos com os problemas, ao ponto de nos confundirmos com eles, pode tornar-se um costume com todas as suas consequências, especialmente o ferir o outro com palavras e modos de se comportar que acabam por machucar de maneira quase que permanente.
A tarefa aqui é, com muita clareza, identificar os problemas, dar um nome a eles, tomar distância deles e colocá-los em seus devidos lugares.
Diga isso ao seu cônjuge: “Você não é um problema!”
3 – “Vou lhe dizer como me sinto.”
Quando alguém começa a falar como se sente, dá-se início a uma das etapas mais importantes da maturidade de um relacionamento. Falar sobre aquilo que eu penso, comentar o pensamento de outras pessoas, sofrer com o modo como outras pessoas se sentem, e expressar-se a partir daí, são coisas, de fato, muito importantes. Entretanto, nada mais profundo e necessário do que quando a gente começa a dizer como é que nós nos sentimos diante das realidades que estão presentes no nosso dia a dia. Sentimentos como a raiva, tristeza, inveja, decepção, alegria, paz, entusiasmo e satisfação, são experiências que quase nunca nós contamos aos outros, não é mesmo? O fato é que, quando fazemos assim, estamos começando a expressar, na verdade, quem nós somos.
Torna-se uma coisa impressionante, imaginar casais que estão juntos há tanto tempo, e nunca foram capazes de dizer como se sentem. Conversam, discutem, programam a vida financeira, o lazer e tantas outras coisas, mas ainda não foram capazes de expressar como se sentem.
Casais que fazem assim se protegem, cuidam um do outro, simplesmente pelo fato de que conhecem mais um ao outro. Resultado: as brigas vão diminuindo até cessarem de uma vez.